A Quinta da Boa Vista,
quem a construíu, seus antepassados, descendentes e proprietários estão estritamente ligados à história e atualidade de Alguber, no concelho do Cadaval,
-
A palavra árabe Aljubeila, diminutivo de Jubalon (o monte), significando monte pequeno. O local onde a povoação está situada é uma pequena elevação (aljubeila). A palavra Aljolbe significa “terra profunda”, ideia aceitável pela realidade dos solos de Alguber.
O povoamento deste território é anterior ao séc. XII, antes da ocupação portuguesa definitiva do vasto e mal povoado território entre o Mondego e o Tejo por D. Afonso Henriques. Julga-se que o local foi repovoado após a ocupação cristã dos castelos Ribatejanos e Estremenhos em 1147.
Alguber firmou suas raízes como freguesia em 1544, por concessão de D. João III.
-
Reza a história que, padecendo de grave doença, a Infanta D. Maria, filha do monarca D. João III e esposa de Filipe I de Espanha terá vindo para Alguber em busca de melhoras, tendo rogado a Nossa Senhora de Todo o Mundo que a curasse. Perante a sua cura, foi dada à bela serra em forma de meia-lua o nome de Serra de Todo o Mundo e seu pai, D. João III, imediatamente concedeu honras de freguesia ao lugar. No lugar da Achada ainda hoje se pode apreciar uma imagem de Nossa Senhora de Todo o Mundo. O capitão-mor de Ceuta e Comendador da Ordem de Cristo, Gião Fialho, edificou uma pequena igreja sobre a Ermida de Santa Maria.
-
A casa da Quinta da Boa Vista foi construída em 1680, não tendo sofrido alterações nas fachadas exteriores. Tal como os demais solares da época, está localizada numa pequena elevação, com vista para os vales da Quinta.
A fachada principal está virada para um jardim exterior e todos os cómodos e casarios (adega, lagar, cavalariças e armazéns) estão localizados no pátio interior, murado a toda à volta, em que a casa principal ocupa o lado sul.
-
Luiz Fialho viveu, nos finais do século XVII e inícios do século XVIII, em Lisboa, onde foi tesoureiro dos depósitos e provedor da mesa de despacho do Reino e Casa.
Viveu também em Alguber, nos anos oitenta do século XVII, em "casas sobradas que construiu na Quinta da Boa Vista”, no local que dava pelo nome de Braçais.
Demoliu a casa velha construída por seu pai, por ser ordinária e imprópria para solar de uma família nobre, e ergueu a casa de primeiro andar que ainda hoje é a casa da Quinta, bem como uma «adega majestosa» dando-lhe o nome de Quinta da Boa Vista, como ele próprio reduziu a escrito em 1715.
Esta Quinta foi o solar de nobre família, cujo morgado tinha sido instituído em 1544 a Gião Fialho, capitão-mor de Ceuta e comendador da Ordem de Cristo (trisavô de Luiz Fialho).
-
Nos dias de hoje, a Quinta da Boavista é um dos maiores produtores agrícolas da região, com ênfase, na pêra rocha, que aqui predomina graças ao micro-clima que se sente na região.
Utilizada pela primeira vez em 2021, após renovação dos espaços exteriores, para a organização de dois casamentos, percebeu-se que este espaço secular revela na sua essência, uma disposição natural para ser palco de celebrações e comemorações memoráveis.